A Polícia Civil concluiu, após uma semana, o inquérito e encerrou as investigações sobre a morte de um fã durante o show de Lauana Prado em um rodeio realizado em Marília (SP), na madrugada do dia 31 de agosto.
O policial militar Moroni Siqueira Rosa, preso em flagrante por ter sacado uma arma e matado Hamilton Olímpio Ribeiro Júnior, de 29 anos, durante uma briga, no meio do público, foi indiciado por homicídio doloso triplamente qualificado.
De acordo com a Polícia Civil, Moroni disparou pelo menos seis vezes contra Hamilton. A vítima chegou a ser socorrida e encaminhada ao Hospital das Clínicas (HC) da cidade, mas não resistiu.
Após os disparos, o suspeito foi desarmado pela segurança do evento e agredido por pessoas que estavam no rodeio.
A conclusão do inquérito aconteceu após o interrogatório do PM na Central de Polícia Judiciária de Marília. Durante esse depoimento, na quinta-feira (5), ele alegou que teria sido agredido pela vítima e negou ter ingerido bebida alcóolica. Moroni argumenta legítima defesa.
Mas, para a polícia, ele deve responder por homicídio com as qualificadoras de motivo torpe, por ter colocado em risco outras pessoas, além da qualificadora da dissimulação ou recurso que impediu a defesa da vítima.
O relatório da Polícia Civil inclui ainda o crime de tentativa de homicídio de mais duas pessoas, que estavam no evento.
Victor Alves Justino levou um tiro no rosto e Fernanda Girotto Bueno Zanoni, que procurou a polícia dias após o crime, sofreu uma lesão na perna esquerda decorrente de um dos disparos.
Em relação a estas duas vítimas, o delegado responsável pelo caso apontou que houve tentativa de homicídio, com dolo eventual, ou seja, para a polícia não havia intenção de matar outras pessoas, mas ao iniciar os disparos, Moroni assumiu o risco de fazer outras vítimas em meio a arena do show.
Moroni continua preso no presídio militar Romão Gomes, em São Paulo. O inquérito agora será analisado pelo Ministério Público, que poderá apresentar à Justiça denúncia contra o policial. A promotoria também poderá pedir novas apurações para a Polícia Civil.
No dia seguinte ao show, a cantora se manifestou sobre o caso nas redes sociais. A artista disse que a morte do fã foi um "episódio lamentável".
O que alega a defesa
O advogado de defesa do policial militar, Felipe Braga, afirmou também em entrevista à TV TEM que a motivação da briga não foi exclusivamente sobre espaço.
"A briga começou por atitudes inconvenientes do senhor Hamilton, que estava lá assistindo o show, como queda de cerveja, esbarrões, batendo o chapéu em crianças que estavam ali ao redor."
Felipe Braga também alega que, quando Moroni foi o advertir sobre o comportamento, recebeu um soco na boca de Hamilton. Nisso, o policial sacou a arma, se identificou e a vítima foi para cima, tentando tomar a arma do policial. De acordo com relatos recebidos por Braga, foi nesse momento da discussão em que houveram os disparos.
Vídeos registram confusão durante show
O crime foi gravado pelo público que estava na plateia da sertaneja Lauana Prado. Nas imagens, que foram desaceleradas, é possível ver que o suspeito apontou a arma em direção à vítima e disparou. Também é possível ouvir o barulho do disparo. Desesperado, o público tentou fugir do local (assista acima).
Conforme apurado pelo g1, a briga começou por disputa de espaço na área vip do evento. Em um vídeo, gravado por uma pessoa que estava na plateia, é possível ouvir os disparos e ver o momento em que a artista interrompeu o show.
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